lacrimarum valle

 Versos para Nossa Senhora Aparecida Meu dia favorito no ano Venho dizer-te que os ventos correm que todo dia 12 de outubro é bem melhor quando eu era criança era meu dia favorito aniversário do vovô dia das crianças (meu) Nossa Senhora negrinha é coroada toda vez na Missa de madrugada. Ventos correram  e vovô não faz mais aniversário as crianças cresceram todas (inclusive eu) a festa é de Nossa Senhora negrinha sempre foi... a Mãe de Deus não passa.

  Ipê-Amarelo: árvore símbolo nacional; representa vivacidade e resistência. Quis morar ali na tua conversa lenta e no teu braço segurando minhas costas  Quis morar na tua língua quente  serena e agitada, tão eloquente  Queria eu, que brigássemos um dia e tu viesses na minha direção  sabendo que nunca te negaria perdão. Queria que esse cheiro não me escapassem entre os dedos das narinas E aí teu corpo forte não se esconderia e teu olhar imenso que tanto me atordoa desejo que olhe para tudo além de mim. Queria andar contigo na escuridão dos carros que essa presença de vento nos unisse que fosse familiar o teu contato. Queria que tu viesses um dia, e queria eu que tu também quisesses não mais voltar para o que é longe  de nós.

     Fomos ao cinema. Eu e Mariana. Assistir um filme sobre um alienígena que não tinha família e encontrou uma garotinha para ser sua família. Mariana não conseguiu comer nem metade da pipoca e fazia do banco do cinema a sua cama. Estava muito frio aquele dia. Enquanto o alienígena não se adaptava a vida da terra, a menina o amava. Eu e Mariana choramos ao ver que ele iria se separar da menina no final, ele era estranho, incomum, violento, mas nós tínhamos dó dele por algum motivo. Ele não tinha família.       Depois que Mariana parou de chorar, eu levei ela para tomar açaí. E o frio estava de lascar mesmo. Nós compramos o açaí e ela se sentou na mesa para comer. Ela me falou que gostava de fruta no açaí. E que gostava de frutas congeladas também. Ela me falou de um fruta, que tinha no sítio dos tios dela, que parecia manga mas não era manga, que tinha sementes pretas mas não era mamão e nem melancia. E a fruta era verde. Eu não consegui adivinhar ou ...

As ruas de Cáceres são sedutoras, As ruas de Cáceres não possuem quase nada para ver. Os ares daqui já não são mais os mesmos Como eram em dois mil e seis. As ruas de Cáceres têm um quê de poesia Elas sustentam o nosso grande talvez, aqui muitos vem para se encontrar, e outros vão embora de vez. O Rio dança pequeno, como os poetas dizem "ele já não é o mesmo". As garupas de quase todas as bicicletas carregam crianças, e a rua já faz parte de seus vidas. Homens vividos vivem a beira das ruas de Cáceres, monitorando seu movimento. Seus pensamentos  dependem da beleza urbana, das silhuetas maduras das ruas, que transpiram alento. Aqui, num cantinho do Pantanal,  residimos nós, que pouco somos   que nada seremos,  e que poucas maravilhas veremos mas nos conforta,  as verdadeiras e imperfeitas ruas de Cáceres.

          Eu gosto muito de andar a pé por minha cidade. Gosto de ver as casas de estilo republicano. Gosto de ver os velhos sentados na calçada. Um dia ia passando e vi uma menina falando pra vó que precisava ir a Missa e estava atrasada. A vó perguntando o porquê de ir a Missa numa quarta-feira, e a menina dizendo que era 100 anos de canonização de Santa Teresinha. Lembrei de minha santa das coisas pequenas. Como eu me sinto sempre pequena nesta cidade, não faz sentido viver sem minha santa amiga. Parecia eu aquela menina, falando pra vó que queria rezar pra Teresinha. Eu me senti tão pequena ouvindo essa conversa de longe, me senti tão longe, fiapo de vida, poeira cósmica, pesando em daltons um átomo... Foi por acaso que conheci Teresinha, foi por acaso que ouvi aquela conversa, por acaso também é que gosto de estudar coisas pequenas, como moléculas. É por que sou tão longínqua, tudo é tão pequeno e bonito. Os pensamentos todos meus, são tão grandes e ao...